sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Céus de Minas

Para alegrar a vista...
Algumas imagens do céu em Minas Gerais.


Belzonte


Retiro das Pedras


São Francisco


Ouro Preto


Belzonte

Uma enquete, responda, por favor!

É uma enquete simples, simples até demais!

Eu só queria que você clicasse ai embaixo, nos comentários, e escrevesse o sentimento que esta fotografia provoca.

Se não quiser colocar seu nome, entre como anônimo, não tem problema!

A foto foi tirada por mim, num domingo de muita chuva, no Caraça.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um belo exemplo, que ainda não copiamos...

Já estamos cansados de ver/ouvir notícias sobre o descaso com nosso patrimônio histórico-cultural. Os profetas do Aleijadinho, em Congonhas, são um exemplo. Expostos à poluição, à chuva e ao sol, ao vento, deterioram-se a olhos vistos. Além de serem alvos potenciais para os "inteligente turistas" que gostam de colocar seus nomes onde não devem...



Por que não seguirmos o exemplo de Florença? A magistral obra de Miguel Ângelo, o Davi, encontra-se, em réplica de bronze, exposta em uma praça da cidade.



Já o original está bem guardado na Galeria, livre da poluição, da neve, do vento, do sol, da chuva.



Vale a pena copiar o que é bom!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Não deixa de ser muito interessante!

De fato, esta análise do Marcos Coimbra é muito interessante. Eu sei que muitos leitores deste blog não gostam do Lula, da Dilma, do PT. Mas, por favor, leiam até o fim!


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu quinta-feira, na Índia, o prêmio Indira Gandhi pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento 2010

por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense

É comum haver discrepância entre a imagem de uma liderança em seu país e no resto do mundo.
Nos regimes autoritários, os governantes tendem a ser mais bem quistos em casa, pois não permitem que seus compatriotas desgostem deles. Nas democracias, acontece o inverso, e é normal que sejam mais bem avaliados fora.
Isso costuma decorrer dos alinhamentos partidários internos, que, para um estrangeiro, são pouco relevantes. Ou vem do sentimento traduzido pelo aforismo “Ninguém é profeta em sua terra”.

É mais fácil condescender com quem conhecemos menos.
No Brasil, são raríssimos os políticos que adquiriram notoriedade fora de nossas fronteiras. Só os brasilianistas conhecem a vasta maioria, que chegou, no máximo, à América do Sul e aos países de expressão portuguesa.
Lideranças brasileiras de fato conhecidas internacionalmente são duas: Fernando Henrique e Lula. Dilma está a caminho de ser a terceira.
O tucano é um exemplo daqueles cuja imagem interna e externa é marcadamente distinta.
Fora do Brasil, FHC é visto com olhos muito mais favoráveis que pela maior parte dos brasileiros. É evidente que tem admiradores no País, mas em proporção substancialmente menor que o daqueles que não gostam dele.

Tem, no entanto, reconhecimento internacional, que se traduz em homenagens, prêmios e convites para integrar colegiados de notáveis.
Sempre que é saudado no exterior, nossa mídia e os “formadores de opinião” de plantão registram com destaque o acontecimento, considerando-o natural e como a compreensível celebração de suas virtudes.
Acham injusta a implicância da maioria dos brasileiros para com ele.

Lula é um caso à parte. A começar por ser admirado dentro e fora do país.
Como mostram as pesquisas, os números de sua popularidade são únicos em nossa história. Foi um governante com aprovação recorde em todos os segmentos relevantes da sociedade, em termos regionais e socioeconômicos.

Acaba de colher uma vitória eleitoral importante, com a eleição de Fernando Haddad, a quem indicou pessoalmente e por quem trabalhou. Feito só inferior ao desafio que era eleger Dilma em 2010.
No resto do mundo, é figura amplamente respeitada, à esquerda e à direita, por gregos e troianos. Já recebeu uma impressionante quantidade de honrarias.
Esta semana, foi-lhe entregue o prêmio Indira Gandhi, o mais importante da Índia, por sua contribuição à paz, ao desarmamento e ao desenvolvimento. Na cerimônia, o presidente do país ressaltou que Lula o merecia por defender os mesmos princípios que Indira e Mahatma Gandhi. O que representa, para eles, associá-lo à mais ilustre companhia possível.
Quem conhece a imagem que Lula tem quase consensualmente no Brasil e no estrangeiro deve ficar perplexo.
Será que todo mundo – literalmente – está errado e a direita brasileira certa? Só sua imprensa, seus porta-vozes e representantes sabem “quem é o verdadeiro Lula”? O resto do planeta foi ludibriado pelas artimanhas do petista?

É até engraçado ouvir o que dizem alguns expoentes da direita tupiniquim, quantos adjetivos grosseiros são capazes de encontrar para qualificar uma pessoa que o presidente da Índia (que, supõe-se, nada tem de “lulopetista”) coloca ao lado do Mahatma.
Só pode ser porque não conhece o que pensa aquele fulaninho, um dos tais que sabem “a verdade sobre Lula”.

sábado, 24 de novembro de 2012

Reflexões sobre arte


A arte encontra a sua perfeição dentro de si, e não fora. Não pode ser julgada segundo um critério externo de semelhança. Mais que um espelho, ela é um véu. Tem flores que nenhuma floresta conhece, pássaros que nenhum bosque abriga. Cria e destroi os mundos e pode tirar a lua do céu com um fio de luz. São dela as “formas mais verdadeiras que a verdade”, dela os arquétipos dos quais as coisas que existem só nos parecem cópias imperfeitas. Para ela, a natureza não tem leis nem uniformidade. A arte pode fazer milagres à vontade, e quando chama os monstros das profundezas, eles aparecem. Pode fazer florescer a amendoeira no inverno e cobrir de neve as messes maduras. A um sinal dela, a geada embaça com o seu dedo de prata os lábios ardentes do verão, e os leões alados saem cuidadosamente de suas tocas nas colinas da Lídia, as dríades espiam entre as moitas quando ela passa, e os faunos morenos sorriem estranhamente quando ela se aproxima. É adorada por deuses com cara de gavião, e os centauros galopam ao seu lado (Oscar Wilde).

(Fotos: Ricardo de Moura Faria)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

É outono na Europa

Apesar de toda a crise, a natureza continua bela na Europa. É o que nos mostra a minha amiga Alexia, que mora na Holanda e enviou estas fotos para deleite de nossos olhos. Apreciem!







Todas as fotos: Alexia Nogueira

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Oriente Médio: a geopolítica não é para amadores

Recebi um email do amigo Guilherme Souto, com este artigo, que ele puxou do Blog do Nassif. Não conheço o autor, no entanto, optei por reproduzir aqui, porque ele nos faz pensar. E muito! Leiam e comentem!


Por O Escritor
A Geopolítica não é para amadores
Os mágicos conhecem esse procedimento: distraia as pessoas, chamando a atenção delas para um foco, enquanto você realiza o truque em outro ponto.

1. Israel, como acontece após toda eleição presidencial americana, ataca e destrói alvos estratégicos em Gaza (destruíram até mesmo o equivalente ao Banco Central de Gaza), elimina os novos líderes do
inimigo e impõe-se pela força do terror, obrigando o povo palestino a um longo processo de reconstrução.

Aproveita, também, para acelerar um pouco a sua política de genocídio, visando a base: nos últimos 13 anos, Israel mantém uma média de duas crianças palestinas assassinadas por semana.
http://www.dci-palestine.org/documents/children-make-approximately-23-pe...

2. Benjamin Netanyahu torna-se quase imbatível para disputar a eleição de janeiro vindouro. Cerca 90% dos israelenses apoiam a "ofensiva" contra os palestinos.

3. Os EUA dão um recado ao mundo, deixando claro que bloquearão qualquer resolução da ONU que condene o massacre perpetrado por Israel: a carta-branca continua valendo – o que eles fizerem, nós
assinamos embaixo.


4. Israel e EUA dão um recado militar claro ao Irã. Reforçando o recado, três embarcações de assalto anfíbio são enviadas para a região, a pretexto de "possível retirada de cidadãos norte-americanos".
http://security.blogs.cnn.com/2012/11/19/u-s-sends-warships-near-israel-...

5. Israel testa pela primeira vez, com sucesso, seu sistema antimísseis, o Domo de Ferro.

6. O governo de Barack Obama dá à sua futura candidata presidencial, Hillary Clinton, a primeira missão internacional importante: garantir a "paz" na região – ou seja, o fim dos ataques de mísseis, depois que
os objetivos estratégicos já foram alcançados.

http://worldnews.nbcnews.com/_news/2012/11/20/15298061-clinton-heads-to-...

7. A campanha Hillary-2016 é lançada sobre uma pilha de corpos, com apoios fundamentais (por exemplo, o do quarto homem mais rico do mundo).
http://www.huffingtonpost.com/2012/11/15/warren-buffett-endorses-hillary...

8. O novo presidente egípcio, Mohamed Morsi, fortalece-se ante o Ocidente e ante os árabes, negociando o acordo de paz entre as partes.

Resultado: todos os agentes envolvidos nesta nova Operação Despistamento saem ganhando.
E o mundo todo focado somente nas vidas humanas virando cinzas.
Para quem esteja interessado neste aspecto "menor" da Geopolítica, câmera ao vivo aqui:
http://blogs.aljazeera.com/topic/gaza/view-live-stream-gaza

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Homens e mulheres, amor e ódio

A propósito do julgamento que se processa em Minas, do goleiro Bruno, faz-se oportuno refletirmos sobre a tênue e sutil diferença entre amor e ódio. E entre objetivos de homens e mulheres quando se relacionam. Músicas, livros, filmes, tudo já foi feito sobre este tema.
A propósito, vejam essas duas esculturas e o texto do Oscar Wilde.

Museu Rijks, Amsterdam, fotos RMF


Os homens sempre desejam ser o primeiro amor de uma mulher; este é um efeito da sua insensata vaidade. As mulheres têm um instinto mais sutil. Elas desejam ser o último amor de um homem.
(Oscar Wilde)











segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os destruidores do meio ambiente em BH

Noticia do jornal Hoje em Dia.
Triste, mas é verdade! Depois de gastar verbas públicas comprando coxinhas feitas por sua tia, um vereador de codinome bizarro apresenta mais uma "gracinha"!

Observa-se em Belo Horizonte uma pressão muito grande para transformar
área verde, classificada como Zona de Proteção Ambiental (ZPA), em
Zona de Especial Interesse Social (ZEIS). Na primeira, árvores,
arbustos e animais silvestres estão preservados. Na segunda, parte da
área seria aproveitada para construção de casas para sem tetos, com
recursos do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, e
prédios para a classe média, construídos pela iniciativa privada com
financiamento bancário.

A mais recente ofensiva tem como alvo a ZPA da Mata da Baleia, uma
área de quase 3 milhões de m². Em meio à mata estão localizados três
hospitais pertencentes à Fundação Benjamin Guimarães. O nome
homenageia o fundador do primeiro desses hospitais, um empresário
 importante na história mineira, que recebeu do então governador
Benedito Valadares doação da área da Fazenda da Baleia, para levar
adiante sua ideia filantrópica.
 
Em abril de 2007, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam)
aprovou o Plano Diretor da Mata da Baleia desenvolvido pela Fundação
Benjamin Guimarães para preservar a área, que abriga córregos e
nascentes e uma rica biodiversidade. A mata forma, com o Parque
 Estadual da Baleia, o Parque Municipal das Mangabeiras, o Paredão da
Serra do Curral e a Mata do Jambreiro, um importante corredor
ecológico de preservação.

Pois é essa mata que o presidente da Câmara Municipal, Léo Burguês, um
dos 19 vereadores reeleitos, quer transformar, no apagar das luzes da
atual legislatura, em ZEIS. Talvez ele não tenha tempo para isso até
31 de dezembro, embora a história de Belo Horizonte
 mostre que os políticos podem ser bem ágeis, quando motivados. Os
partidos que formaram a coligação que reelegeu Marcio Lacerda
conquistaram 75% das 41 cadeiras na Câmara e, portanto, o prefeito
terá grande influência sobre a aprovação ou não dessa proposta.
 Ele não deve querer entrar para a história como o prefeito que
destruiu a Mata da Baleia, uma das poucas ZPAs importantes que ainda
restam na capital mineira.

sábado, 17 de novembro de 2012

Para onde vamos?

Meu ex-colega e amigo professor Antônio de Paiva Moura, que sempre colaborou no Boletim de História, enviou-me hoje este primor. Obrigado, mestre! Volte sempre!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sobre educação e sobre guerra


Hoje estive revendo alguns guardados. Mais especificamente, sobre educação. Olhem só que bacana!



O estudante, cuja disposição é formada, em geral, pelo ambiente, deve encontrar a cada passo, no lugar onde estuda, somente algo elevado, forte, elegante... Deus o livre das árvores esquálidas, das janelas quebradas, das paredes cinzentas e das portas forradas de linóleo esfarrapado.
(Tchecov. Uma história enfadonha das memórias de um homem idoso)

Ensinam às pessoas como lembrar; nunca lhes ensinam como desenvolver-se.
(Oscar Wilde. Aforismos)

A instrução é uma coisa muito bonita, mas vale a pena lembrar, de vez em quando,  que nada daquilo que realmente interessa pode ser ensinado.
(Oscar Wilde. Aforismos)

Agora, mudando de assunto, quero recomendar este livro, que acaba de sair: é uma nova interpretação da Guerra do Paraguai.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O fascínio pelas árvores


Nunca entendi muito bem, nem procurei entender, o fascínio que árvores e flores exercem sobre mim. Provavelmente devem existir explicações psicológicas, parapsicológicas, ideológicas, neurológicas ou que seja para isso.
Eu simplesmente acho árvores e flores coisas lindas que a natureza nos permite contemplar. Aí vão alguns exemplares de árvores que fotografei pela vida.


Esse aí eu esqueci onde foi...


Itacaré


O famoso cajueiro de Natal


Porto Seguro


Porto Seguro


Tiradentes

Estrada para Diamantina

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dói ver Veneza inundada...

Vi ontem imagens terríveis da inundação em Veneza. O Palácio Ducal, a praça São Marcos e "tantas ruas" transbordando, as águas invadindo as casas... é doloroso ver pela televisão.
Mas quem já foi lá sofre mais, eu acho, de pensar que obras de arte valiosissimas estão correndo perigo de desaparecer para sempre.
Estive lá, rapidamente, em 1993. Andar naquela cidade é algo mágico, sem dúvida. Decerto, quando ela está seca. Espero ter a chance de voltar. Veneza não se pode ver em apenas uma vez!














segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sinto falta dessas coisas no Brasil...

Flautista em Salzburgo... tocando Mozart...

O homem do realejo em Paris...

Artistas que vão para o meio da rua, encantam a todos em troca de uns trocados.
Devíamos ter mais por aqui.



sábado, 10 de novembro de 2012

Quem não tem voto caça com Valério

Eu sei. eu sei... está todo mundo cansado de ouvir falar de mensalão. Tão cansado que até o ministro Ayres Britto chamou o Marcos Valério de... "ministro Marcos Valério". Olha só que promoção o carequinha obteve em tão curto tempo.
Mas eu recebi este artigo, publicado na Revista Época (e, por favor, todo mundo sabe que essa revista é das Organizações Globo que não morrem de amores pelo PT, pela Dilma, pelo Lula). Penso que vale a pena ser lido. Raramente vi um artigo tão límpido!

Da Revista Época
Quem não tem voto caça com Valério
De Paulo Moreira Leite

O alvoroço provocado pela notícia de que Marcos Valério pode ter informações comprometedoras contra Lula, Antônio Palocci e até sobre o caso Celso Daniel chega a ser vergonhoso.
Desde a denuncia de Roberto Jefferson que Valério tem demonstrado grande disposição para colaborar com a polícia.
Foi ele quem entregou a relação de 32 beneficiários das verbas do mensalão, inclusive Duda Mendonça.
Conforme os advogados de um dos réus principais, ao longo do processo Valério fez quatro tentativas de oferecer novas delações em troca de uma redução de sua pena.  As quatro foram rejeitadas.
O estranho,  agora, não é a iniciativa de Valério, mais do que compreensível para quem se encontra numa situação como a sua. Não estou falando apenas dos 40 anos de prisão.
As condenações de José Dirceu  e José Genoíno se baseiam em “não é possível que não soubessem”, “não é plausível”, “um desvio na caminhada” e assim por diante.
Eu acho legítimo pensar que deveriam ser questionadas em novo julgamento,  o que certamente poderia ser feito se tivessem direito a uma segunda instância, como vai ocorrer com os réus do mensalão PSDB-MG que foram desmembrados nestes “dois pesos, dois mensalões,” na antológica definição de Jânio de Freitas.
Parece muito difícil questionar o mérito das acusações contra Valério.  Ele participava de um esquema para levantar recursos de campanha. Mas seu interesse era comercial, digamos assim. Pretendia levantar R$ 1 bilhão até o fim do governo, disse Silvio Pereira, secretário geral do PT, em entrevista a Soraya Agege, do Globo, em 2006.
Era o titular do esquema, o dono das agências de publicidade, aquele que recolhia e despachava o dinheiro, inclusive com carros forte e conta em paraíso fiscal.
O estranho, agora, não é o comportamento de Valério. São os outros.
É a torcida, o ambiente de vale-tudo.
Ele teve sete anos para apresentar qualquer informação relevante. A menos que tenha adquirido o costume de criar dificuldades para comprar facilidades até com a própria liberdade, o que não é bem o costume dos operadores financeiros, seu silêncio sugere a falta de fatos importantes para revelar. Ele enfrentou em silêncio a denúncia  do primeiro procurador, Antônio Carlos Fernando de Souza, em 2006.  Assistiu do mesmo modo à aceitação da denúncia pelo Supremo, em 2007. Deu não se sabe quantos depoimentos a Justiça e a Polícia.  Seu advogado, Marcelo Leonardo, um dos mais competentes do julgamento, escreveu não sei quantas alegações finais no STF.
Nem mesmo quando , preso por outras razões, tomava porrada de colegas de presídio numa cadeia,  lembrou que podia contar algo para se proteger?
A verdade é que os adversários de Lula não conseguem esconder a vontade de que Valério  tenha grandes revelações a fazer.  Deveriam estar acima de tudo desconfiados e cautelosos, já que as circunstâncias não garantem a menor credibilidade a qualquer denuncia feita DEPOIS que  um réu enfrenta uma condenação de 40 anos e não se vislumbra nenhum atenuante para amenizar a situação.
É preocupante porque  nós sabemos que é possível transformar versões falsas  em fatos verdadeiros.
Basta que os melhores escrúpulos sejam deixados de lado, as versões anunciadas sejam convenientes e atendam aos interesses de várias partes envolvidas.  O país tem uma longa experiência com essa turma. Ela denunciou um grampo telefônico que não houve. Falou de uma conta em paraíso fiscal – do próprio Lula e outros ministros – que eles próprios sabiam que era falsa. Também denunciou uma  caixa de dólares enviados do exterior para a campanha de 2002 que ninguém foi capaz de abrir para dizer o que tinha lá dentro.
Na prática, os adversários de Lula querem que Valério entregue aquilo que o eleitor não entregou.
O próprio Valério sabe disso. De seu ponto de vista, qualquer coisa será melhor do que enfrentar uma pena de 40 anos, concorda? Qualquer coisa.
Do ponto de vista dos adversários de Lula, também. Qualquer coisa é melhor do que uma longa perspectiva de derrotas, não é mesmo?  Talvez não por 40 anos mas quem sabe mais quatro?
É por isso que os interesses das partes, agora, coincidem.  O mocinho da oposição tornou-se Valério.
No mundo do “não é possível”, do “é plausível”, do “não pode ser provado mas não poderia ser de outra forma ” as coisas ficam fáceis para quem acusa.  A moda ideológica, agora, é acusar de bonzinho quem acha que a obrigação da prova cabe a quem acusa.
E eu, que pensei que a presunção da inocência era um direito constitucional e fazia parte das garantias fundamentais. Mas não. Isso é ser bonzinho, é se fazer de ingênuo.
No novo figurino, as  coisas parecem verdadeiras porque não podem ser provadas. É a inversão da inversão da inversão.  O movimento estudantil tem uma corrente que se chama negação da negação.  Estamos dando uma radicalizada…
A experiência ensina que há um  meio infalível de levantar uma credibilidade em  baixa. É a ameaça de morte, o que explica a lembrança do caso Celso Daniel.
Os advogados dizem que Valério sofreu ameaças de morte. Já se fala nos cuidados  com a segurança pessoal e da família. Também li que a Polícia Federal “ainda “ não decidiu protegê-lo.
Algumas palavras tem importância especial em determinados momentos.  A morte de Celso Daniel foi acompanhada por várias suspeitas de crime político mas, no fim de três meses de investigação, a Polícia Civil de São Paulo concluiu que fora crime comum.
Um delegado da Polícia Federal, que seguiu o caso e até participou das investigações a pedido de Fernando Henrique Cardoso, chegou a mesma conclusão. O caso parecia encerrado. Os suspeitos estavam presos, confessaram tudo e aguardavam julgamento. Quem fala em aparelho petista deve lembrar que a investigação tinha o respaldo do comando da polícia do governo Alckmin e da PF no tempo de FHC.
O caso saiu dos arquivos quando um irmão de Celso Daniel alegou que sofria ameaça de morte. Fiz várias entrevistas com familiares e policiais e posso afirmar que nunca ouvi um fato consistente. Nem um grito ameaçador ao telefone. Nem um palavrão no trânsito. Nem um empurrão no bandejão da faculdade.
Nunca. Respeito aquelas pessoas, fomos colegas de luta no movimento estudantil mas aquilo me pareceu uma história sem consistência. Eu ia fazer uma matéria sobre essa denuncia mas aquilo não dava uma linha. Não havia sequer um fato para ser narrado. Nem um boato para  ser desmentido. Nada. Fiquei impressionado porque eu havia entrado na história achando que havia alguma coisa, seja lá o que fosse.  Nada. Mas a família conseguiu o direito até de viver exilada na França. O caso foi reaberto e, embora uma segunda investigação policial tenha chegado a mesma conclusão, o suspeito de ser o mandante aguarda o momento de ir a julgamento.
Nos últimos meses, com o julgamento no mensalão, os adversários de Lula pensavam  que seria possível reverter o ambiente político favorável a Lula, no país inteiro. É este ambiente que coloca a reeleição de Dilma no horizonte de 2014, embora muita enxurrada possa passar por debaixo da ponte. Mas, no momento, essa perspectiva, para a oposição, é insuportável e dolorosa – até porque ela não foi capaz de reavaliar suas sucessivas  derrotas do ponto de vista político, não fez um balanço honesto dos acertos do governo Lula, o que dificulta aceitar que o país tem um presidente popular como nenhum outro antes dele, a tal ponto que até postes derrotam  medalhões vistos como imbatíveis. No seu apogeu, a ideia de renovação sugerida por FHC foi descartada como proposta petista por José Serra. Assim fica difícil, né.
(Vamos homenagear os postes. Essa expressão foi cunhada por uma das principais vozes da luta pela democratização, Ulysses Guimarães, para quem “poste” era o candidato capaz de representar os interesses do povo  e da democracia, mesmo que fosse um ilustre desconhecido. Certa vez, falando sobre a vitória estrondosa do MDB em 1974, quando elegeu 17 de 26 senadores, Ulysses falou que naquela eleição o partido elegeria “até um poste.” Postes, assim, são candidatos que entendem o vento da sua época.)
Semanas antes da eleição do poste Fernando Haddad,  o procurador geral Roberto Gurgel chegou a dizer que ficaria muito feliz se o julgamento influenciasse a decisão do eleitor. Muita gente achou natural um procurador falar assim.
Eu não fiquei surpreso porque sempre achei a denuncia politizada demais, cheia de pressupostos e convicções anteriores aos fatos. Eu acho que a denuncia confunde aliança política com compra de votos e verba de campanha com suborno, o que a leva a querer criminalizar todo mundo que vê pela frente – embora, claro, tenha sido  seletiva ao separar o mensalão PSDB-MG, como nós sabemos e nunca será demais lembrar. Mas não achei o pronunciamento do procurador natural. Em todo caso, considerando a liberdade de expressão…
Mas a fantasia oposicionista era tanta que teve gente até que se despediu de Lula, lembra?
Embora o julgamento tenha caminhado na base do “não é plausível”, “não poderia ter sido de outro jeito ”e outras considerações pouco conclusivas e nada robustas, faltou combinar com o eleitor.
Em campanha própria, com chapa pura, os  adversários de Lula tiveram uma grande vitória em Manaus. Viraram a eleição em Belém onde o PSOL não quis apoio de Lula.  Ganharam em Belo Horizonte em parceria com Eduardo Campos, que até segundo aviso é da base de Lula e Dilma.
O  PT cresceu no número de prefeituras, no número de votos em escala nacional, e também levou o troféu principal da campanha, a prefeitura de São Paulo.  Mesmo com a vitória em Salvador, os partidos conservadores, à direita do PSDB, tiveram a metade do eleitorado reunido em 2008. Isso aí: perderam 50% dos votos.
É neste ambiente que Valério passa ter importância. Quem não tem voto caça com Valério.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A arte admirada




O significado de uma criação de beleza está na alma de quem a admira, pelo menos na mesma medida que está na alma de quem a criou. É o espectador, aliás, que da à criação bonita os seus múltiplos significados, tornando-a para nós maravilhosa, e que a coloca num contato novo com a nossa época, de forma que ela se torna parte essencial da nossa existência, um símbolo daquilo que invocamos na oração, ou, talvez, daquilo que imploramos mas receamos não receber.
(Oscar Wilde. Aforismos)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Como as pirâmides foram feitas e um festival cultural

     Uma grande curiosidade de quase todas as pessoas é como as grandes pirâmides do Egito teriam sido construídas. Como se sabe, até já se levantaram hipóteses malucas de seres extra-terrestres que baixaram por aqui e as construíram.
     Ontem, estava olhando uma coleção antiga de livros, que era do meu sogro e passou para mim, o Thesouro da Juventude. Curiosíssima coleção de 18 livros, que tratam de todos os assuntos possíveis e imagináveis para a época em que foram publicados. A edição que tenho não traz a data da publicação, mas deu para perceber que saiu das tipografias antes da Segunda Guerra Mundial. Digamos, portanto, que seria na década de 1930. Ali encontrei este desenho, que já demonstrava, naquela época, que não foram ETs e sim os próprios egípcios que, engenhosamente, construíram os magníficos edifícios. Não sou especialista no assunto, não tenho ideia de como aquilo tudo foi feito, mas, com certeza, prefiro acreditar nessa hipótese aqui do que na dos ETs...rssss.


A legenda explicava que, assentadas as pedras da base, os trabalhadores iam construindo uma rampa que se elevava cada vez mais, à medida em que a pirâmide ia subindo. Para facilitar a subida dos enormes blocos, eles untavam a rampa com gordura. E essa rampa era destruída depois que a pirâmide estava concluída. Bacana, não?




Recebi o convite e repasso. É este fim de semana. Não deixem de comparecer!



terça-feira, 6 de novembro de 2012

A História e as mulheres no Brasil


Carla Bassanezi Pinsky, de São Paulo, enviou este texto, publicado originalmente no Correio Braziliense de 29 de setembro de 2012.
A foto que acompanha, claro, não estava no jornal. Mas me pareceu significativa ao sugerir o olhar para os novos caminhos das mulheres brasileiras.
Gostei muito e torço para que ele seja a primeira colaboração dos leitores e leitoras deste blog. Muito legal!


A História e as mulheres no Brasil

Carla Bassanezi Pinsky
Historiadora. Organizadora, com Joana Pedro, do livro Nova História das Mulheres no Brasil.

Já não há dúvida de que as mulheres merecem atenção em qualquer História escrita sobre as transformações ocorridas nos séculos XX e XXI. E, quando falamos das brasileiras, temos que considerar suas especificidades na comparação com as mulheres de outros lugares. A escravidão, que perdurou até fins do século XIX, ou a recente ditadura militar, por exemplo, influenciaram nossa chamada historia geral, mas também marcaram de maneira particular a historia das mulheres. Vejamos.
Diferentemente de povos que não tiveram a escravidão pautando as relações sociais em seus territórios ou que, ao abolir a escravatura, patrocinaram alternativas significativas de inserção social dos negros libertos, por aqui, o fim do regime escravista deixou evidente uma categoria de mulheres com muito menos oportunidades que as outras. Na época, o preconceito racial contribuiu para limitar sua atividade a vendedoras de rua, lavadeiras, empregadas domésticas entre outras ocupações humildes.
As brasileiras conquistaram o direito de votar e ser eleitas só depois das americanas (1920) e inglesas (1928), mas antes de francesas (1944), italianas (1945) e muito na frente de suíças (1971) e portuguesas (1974). A luta de nossas sufragistas, iniciada logo no advento da República e reforçada pelas manifestações sociais do início do século, foi vitoriosa já nos anos 30 graças a uma conjunção de fatores: se por aqui o movimento pelo voto feminino nunca foi “de massas”, por outro lado era muito bem organizado e capaz de exercer forte pressão política. A maioria das líderes feministas originava-se das classes privilegiadas, eram educadas e/ou parentes de figuras de projeção nacional, e souberam aproveitar-se disso para obter simpatias para a causa. Com Vargas disposto a legitimar-se e dar aparência de modernidade a seu governo, o sonho do sufrágio feminino se materializou.
Também diferente das estrangeiras que viviam sob regimes democráticos nos anos 60 e 70, as brasileiras viram suas liberdades cerceadas no terrível período da ditadura militar. Assim, enquanto na França, por exemplo, as feministas combatiam o patriarcado e defendiam a liberação sexual, por aqui, o machismo era apenas um dos “inimigos”, sendo que as questões da desigualdade social e da liberdade política apareciam em primeiro plano na pauta das reivindicações.  Por outro lado, enquanto o exercício da política pelas “vias normais” (partidos, sindicatos) estava proibido no país, as mulheres – apresentando-se como mães, esposas e donas de casa – ocuparam a linha de frente em manifestações contra a carestia, por creches e postos de saúde e também pela anistia política.
No Brasil, leis que regulamentam o divórcio ou reconhecem direitos reprodutivos surgiram mais tarde (ou ainda esperam engavetadas, enquanto muitas mulheres padecem...) em razão do grande peso da Igreja Católica e demais confissões cristãs contrárias à liberdade sexual e ao poder decisório da mulher em relação a seu próprio corpo. Porém, a pílula anticoncepcional chegou relativamente cedo ao Brasil – no início, divulgada mais como uma forma de controle da natalidade (para a diminuição da pobreza, considerada fruto do “comportamento irresponsável dos pobres que fazem filhos demais”) do que como um direito da mulher de escolher se e quantos filhos quer ter.
Por aqui, a grande disponibilidade de empregadas domésticas adiou – se comparamos com Estados Unidos ou França, por exemplo – as discussões no interior dos casais sobre a divisão das tarefas do lar, dando ao feminismo bancado por militantes de classe média um colorido um tanto diferente do de outras paragens. Equacionada essa questão (por algum tempo), elas puderam se dedicar com mais afinco aos problemas da igualdade no mercado de trabalho.
E um último exemplo, que diz respeito à “paixão esportiva nacional”: ao contrário dos EUA, no Brasil, o futebol foi considerado por muito tempo “coisa de homem”; sua prática por mulheres chegou a ser proibida por lei durante décadas sob a justificativa de ser “incompatível com a natureza feminina”, “perigosa para as capacidades procriativas da mulher”.
A lista poderia crescer muito, mas é suficiente para concluirmos ser necessário conhecer cuidadosamente, e com detalhe, a história das mulheres no Brasil no momento de estabelecer políticas públicas com mais eficiência e de tentar modificar as relações de gênero em nosso país.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Culto à beleza e EUA numa sinuca de bico

Não há racionalidade alguma no culto da beleza. É lindo demais para ser racional. Os adoradores da beleza sempre serão considerados visionários pelo mundo. (Oscar Wilde)



Estados Unidos numa sinuca de bico
por Mauro Santayana, no JB Online, via blog do jornalista

Os Estados Unidos advertiram o governo de Israel contra seu projeto de ataque preventivo às instalações nucleares do Irã, conforme noticiou The Guardian, em sua edição de 4ª feira. O aviso não foi das autoridades civis de Washington, e, sim, dos comandantes das tropas militares norte-americanas em operação na região do Golfo – o que, ao contrário do que se pode pensar, é ainda mais sério. O argumento dos militares é o de que esse ataque, além de não produzir os efeitos desejados – porque o Irã teria como retomar o seu programa nuclear – traria dificuldades políticas graves aos aliados ocidentais na região, sobretudo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes – de cujo abastecimento direto depende a 5ª. Frota e as bases das forças terrestres e aéreas que ali operam.

Embora as dinastias árabes pró-ocidentais temam o poderio militar do Irã,  temem  mais a insurreição de seus súditos, no caso de que se façam cúmplices de novo ataque a outro país muçulmano. Nunca é demais lembrar  que os Estados Unidos e a Europa dependem também do petróleo que passa pelo golfo e  atravessa o Canal de Suez, controlado pelo Egito.
Há, nos Estados Unidos – e, entre eles, alguns estrategistas do Pentágono – os que pensam ser hora de ver em Israel  um país como os outros, sem a aura mitológica que o envolve, pelo fato de servir como lar a um povo milenarmente perseguido e trucidado pela brutalidade do nacional-socialismo. Uma coisa é o povo – e todos os povos têm, em sua história, tempos de sacrifício e de heroísmo, embora poucos com tanta intensidade quanto o judeu e, hoje, o palestino – e outra o Estado, com as elites e os interesses que o controlam.
Nenhum outro governo – nem mesmo o dos Estados Unidos – são tão dominados pelos seus militares quanto o de Israel. Eminente pensador judeu resumiu o problema com a frase forte: todos os estados têm um exército; em Israel é o exército que tem um Estado.
O Pentágono acredita que uma guerra total contra o Irã seria apoiada pelos seus aliados da região, mas os observadores europeus mais sensatos não compartilham o mesmo otimismo. A ofensiva diplomática de Israel na Europa, em busca de apoio para – em seguida às eleições norte-americanas – uma ação imediata contra Teerã, não tem surtido efeito. Londres avisou que não só é contrária a qualquer ação armada, mas, também, se nega a permitir o uso das ilhas  de Diego Garcia e Ascenção (cedidas pela Inglaterra para as bases ianques no Oceano Índico), como plataforma para qualquer hostilidade contra o país muçulmano.
Negativa da mesma natureza foi feita pela França, que, conforme disse François Hollande a Netanyahu, não participará, nem apoiará, qualquer iniciativa nesse sentido. É possível, embora não muito provável, que Israel conte com Ângela Merkel. Israel tem esperança na vitória de Romney, e a comunidade israelita dos Estados Unidos se encontra dividida. Os banqueiros e grandes industriais de armamento, de origem judaica, trabalham com afã para a derrota de Obama. E há o temor de que, no caso da vitória republicana, os israelitas venham a aproveitar o esvaziamento do poder democrata para o ataque planejado.
Além disso, Netanyahu não tem o apoio unânime entre os militares de seu país para esse projeto. Amy Ayalon, antigo comandante da Marinha, e dos serviços internos de segurança, o Shin Bet, disse que Israel não pode negar a nova realidade nos países islâmicos: “Nós vivemos – avisa – em novo Meio Oriente, onde as ruas se fortalecem e os governantes se debilitam”. E vai ao problema fundamental: se Israel quer a ajuda dos governos pragmáticos da região, terá que encontrar uma saída para a questão palestina.   É esta também a opinião, embora não manifestada com clareza, do governo de Obama, de altos chefes militares americanos, e dos círculos mais sensatos da comunidade judaica naquele país.
O fato é que os Estados Unidos se encontram em uma situação complicada. Eles não têm condições militares objetivas para entrar em nova guerra na região, sem resolver antes o problema do Iraque e do Afeganistão. Seus pensadores mais lúcidos sabem que invadir o Irã poderá significar a Terceira Guerra Mundial, com o envolvimento do Paquistão no conflito e, em movimento posterior, da China e da Rússia. Washington, na defesa de seus interesses geopolíticos, deu autonomia demasiada a Israel, armando seu exército e o ajudando a desenvolver armas atômicas. Já não conseguem controlar Tel-Avive.
Estarão dispostos, mesmo com o insensato Romney, a partir para uma terceira guerra mundial?  No tabuleiro de xadrez, se trata de “xeque ao Rei”; na mesa de bilhar, de sinuca de bico.