por Fernando Britto
A coluna Painel, da Folha, confirma o que já vem sendo sentido há dias.
Aécio Neves caiu para um impensável terceiro lugar isolado nas
intenções de voto e precisa apostar, agora, todas as suas fichas contra
Marina Silva.
A direita brasileira, é claro, não confia na ex-senadora. Ou melhor,
tem mesmo certeza de sua incapacidade de articular forças políticas
capazes de dar – ironia, a palavra é esta – sustentabilidade a um
eventual governo.
Mas, como deixa claro hoje a mais nova marinista do pedaço, a colunista da Folha Eliane Cantanhêde, importante é vencer, o problema é depois.
Mas, se não confia em Marina, o dilema da direita é que não crê em Aécio para o “antes”, que é vencer.
É disso que Aécio precisa se mostrar capaz, se não quiser “sumir” do mapa eleitoral.
E se, com a mídia para si, estava empacado, agora é que são elas.
À medida em que Marina se torna a alternativa a adotar contra Dilma,
vem o paradoxo: também Dilma se torna o voto de quem rejeita Marina por
motivos de A a Z ou alguns deles.
E Dilma, concordam até as pesquisas, está a poucos pontos de decidir a
eleição no primeiro turno. O que torna “perigosíssimo” não apenas para a
candidatura tucana, mas para todo o “stablishment” que lhe migre
qualquer parcela do eleitorado.
O programa de televisão, já ficou claro, vai entrar com alguns
pontos de contribuição para Dilma. Outro tanto, sobretudo no Nordeste e
entre os mais pobres virá do engajamento de Lula.
Aécio está numa sinuca, por mais que diga estar pedindo calma a seus apoiadores.
Ou enfrenta Marina ou acaba de desaparecer.
(fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=20239)
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