O preconceito é um “juízo”
preconcebido, manifesto de forma discriminatória, perante pessoas e lugares
diferentes. O preconceito vem da forma de socialização do indivíduo. De acordo
com a classe social e o meio em que vive, o indivíduo passa a ter visão
estereotipada, falsa e superficial de situações, como por exemplo: “O baiano é
preguiçoso; o carioca é malandro; paulista é trabalhador; índio é preguiçoso;
mulher no volante, perigo constante”. Quem produz a cultura e os modos de vida
é a elite dominante, que estabelece as normas de comportamento e as ideologias.
Aristóteles, célebre filósofo grego (384-322 aC) dizia que a estrutura social era imutável. Para
ele, alguns indivíduos são destinados à
escravidão, porque para eles, nada é mais fácil que obedecer e nunca obtém a
plenitude da razão: Dos homens, uns são livres, outros escravos; para eles é
útil e justo viver na escravidão. In: “A Política”. Na verdade é a
sociedade e não os caracteres biológicos do indivíduo, que determinam a
existência de senhores e escravos para atender às necessidades de seu sistema
econômico. Aristóteles pertencia à aristocracia grega e vivia da exploração de
braços escravos. Daí seu modo de pensar discriminatório e seletivo. Há um dito
popular que coincide com o pensamento discriminador de Aristóteles: “Quem
nasceu para ser burro tem que morrer na cangalha”. A classe mais abastada do
Brasil é herdeira ideológica da antiga aristocracia. É ela que alimenta as
piores visões estereotipadas de inferioridade dos negros; da incapacidade dos
pobres; da inferioridade da mulher; da perversidade dos homossexuais e da
ociosidade dos índios.
Segundo o psiquiatra americano Jessold
Post, o político que revela ódio a seus adversários, cria uma percepção irreal
de sua liderança. São duas as formas de narcisismo. A normal, na qual o
político tem fé e confiança em sua habilidade, com as quais pode representar a
sociedade. Já no narcisismo patológico o político não tem empatia com o
sofrimento alheio. Está sempre pronto para ofender aqueles que se opõem a ele.
Sua arma predileta é a maledicência e a disposição de fazer denúncias
infundadas. Ao invés do desejo de vencer
os adversários, o político narciso patológico tem vontade de destruir partidos
e pessoas.
No dia 2 de outubro de 2014, para um
público de 50 mil pessoas, Lula lembrou que as classes altas, através da
imprensa, manifestam muito ódio a ele e ao Partido dos Trabalhadores. É uma
perseguição descomunal. Durante seus oito anos de governo, não teve um só dia
de paz. “As onze famílias proprietárias de jornais, rádios e televisões
determinam que é inimigo; quem é bom e quem é ruim neste país; o que vai
mostrar ou o que não vai mostrar”. Conforme levantamento do Instituto de
Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ), da cobertura editorial dos três mais influentes jornais brasileiros – O
Globo, O Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo – não deixa dúvida de que a
mídia brasileira fez da presidente Dilma o alvo de bombardeio contrário à
reeleição. Segundo o cientista político João Flores Junior, do IESP, há um
pronunciado viés anti-Dilma, conforme gráfico das matérias publicadas contra
ela.
Para Aécio Neves, todo petista, sem exceção,
é corrupto e incompetente. Marcelo Adnet
atuou em um clipping em que ele ridiculariza o tipo de eleitor de Aécio Neves.
Um senhor de roupão dourado sobre camisa e gravata, de um hotel de New York,
fala ao telefone, com um brasileiro. Explicita os preconceitos contra as
classes trabalhadoras que conseguiram melhorias de vida. Lamenta que o governo
tenha destinado à bolsa família vultoso recurso financeiro. Para terminar diz
que o PT, para a sua tranquilidade, deve ser derrotado, motivo pelo qual votará
em Aécio Neves.
Belo Horizonte, outubro de 2014.
Antônio de Paiva Moura
Que lucidez! Todo eleitor brasileiro devia ler esse artigo. Pena, contudo, é que a inteligência do eleitor não vai conseguir alcançar... Assim é!
ResponderExcluirInteressante, minha visão é totalmente diferente... Para mim quem prega ódio e divisão de classes é o PT. Ao segregar os cidadãos brasileiros entre ricos e pobres, ao se posicionar como Pai dos Pobres (Lula) e Mãe dos Pobres (Dilma), ao se criar cotas em faculdades e concursos públicos. Um governo não deve governar para minorias ou maiorias, deve governar para todos, garantindo que todos tenham oportunidades iguais, que possam crescer, se desenvolver intelectual, emocional e financeiramente. Chega de "Coitadismo", ninguém aguenta isso mais, nem os próprios coitados...
ResponderExcluir