quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Linha da miséria no Brasil







Segundo análise do IPEA o número de indigentes no Brasil subiu quase 4% em 2013. Passaram de 10.081.225, em 2012 para 10.452.383, em 2013. Esses dados foram divulgados após as eleições de outubro próximo passado. Se divulgados antes, certamente a mídia conservadora teria atribuído ao governo a culpa por tal aumento e não à má distribuição de renda reinante no país. Não é por acaso que o lucro somado de 4 bancos brasileiros, em 2013, é maior que o PIB de 83 países. A soma de 20 bilhões de dólares é uma fábula. Só o Bradesco teve um lucro de U$ 12 bilhões, enquanto o PIB da Libéria foi de  U$ 2 bilhões. O lucro do banco Itaú foi de U$ 15 bilhões e do Santander de 6 bilhões. 

Baseado em pesquisa da OXFAM (rede internacional de ONGs que combatem a pobreza) o economista italiano Cláudio Bernabucci,  revela que de 2009 a 2014, período considerado crítico para a economia mundial, o número de bilionários do planeta dobrou: eram 793 e agora somam 1.645. Os 85 mais ricos movimentaram no mesmo período, o equivalente à renda da metade da população do planeta, isto é, 3,5 bilhões de habitantes. Com raras exceções, a desigualdade tem aumentado no mundo inteiro. O enriquecimento desmedido de um número restrito de indivíduos contribuiu para limitar o crescimento das classes médias, comprometendo sua capacidade de gastos e também o crescimento mundial. A participação do trabalho na composição do PIB vem diminuindo a partir da ofensiva neoliberal, desde 1990. Equivale dizer que as classes médias e inferiores que vivem do trabalho, estão se degradando. O aumento de miseráveis no Brasil está associado à falta de ocupação. Quem está na parte baixa da escala social, tem grande desvantagem em termo de escolaridade, saúde e expectativa de vida. A pobreza interage com a desigualdade econômica que empurra os mais pobres e marginalizados para o fundo e os mantém lá. 


Belo Horizonte, novembro de 2014

Antônio de Paiva Moura

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