sábado, 6 de junho de 2015

A confusa história do “pó das Farc” no Estadão termina no “helicoca” brasileiro?

por Fernando Brito

 Ontem, o Estadão publicou reportagem, com base em informes da Polícia Federal de que três empresários brasileiros estariam subornando militares venezuelanos para recolher, na fronteira com a Colômbia, “cocaína das Farc” (grupo guerrilheiro que atua naquele país).

Não se informa como e porque a cocaína era “das Farc” e não há menção ao fato de que a Força Aérea da Venezuela derrubou, há 15 dias, um avião Cessna  carregado com 616 pacotes de droga, pilotado por dois brasileiros, mortos na queda da aeronave, sequer para registrar que não há ligação entre os episódios.

Hoje, a história ganha uma nova versão, a de que a cocaína “das Farc” era trazida para o Brasil, via Paraguai – não se explica como faziam o trajeto de lá ao Paraguai sem cruzar espaço aéreo brasileiro .

Nesta etapa do  tráfico, está descrito no último(!!) parágrafo do texto  , contariam com os serviços de Alexandre José de Oliveira Junior, piloto do helicóptero pertencente ao Senador Zezé Perrella, preso no Espírito Santo, e que na reportagem de Joaquim de Carvalho reproduzida aqui,  foi liberado pela própria Polícia Federal  e está dando aulas de pilotagem.

Também segundo o Estadão, o piloto Alexandre José de Oliveira Junior passou a ser achacado por policiais civis de São Paulo.

São identificados dois contatos dos empresários-traficantes: José Cristian Espinosa Erazo, hondurenho (e que o jornal não informa que foi encontrado morto, baleado, em março do ano passado) e um certo Euler Jaramillo Perdomo, do qual não existe nenhuma referência na internet senão um facebook, usado apenas uma vez, em 2009, o qual não se pode garantir que seja da mesma pessoa citada.

A história está cheia de lacunas, embora seja potencialmente explosiva.

A participação repetida de Alexandre José nos voos do tráfico e o achaque que teria sofrido de policiais paulistas (o que só seria possível se já soubessem que ele tranportava cocaína regularmente) derruba a história de que, casualmente, pegou emprestado o aparelho que era usado pelos Perrela para fazer um voo onde transportou droga e foi preso.

Ao contrário do que parecia, o caso do “helicoca” não terminou.

Mas, não se iludam, porque o fato de aparecer Venezuela no meio vai deixar os coxinhas em festa.
(fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=27298)

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