sábado, 16 de abril de 2016

Perspectivas do pós-golpe



Antônio de Paiva Moura

As perspectivas para o após golpe de estado no Brasil são sombrias, na

economia e no desemprego. A atual crise no sistema econômico mundial é uma forma adotada para reduzir contingente ocupado, ou seja, investimento em tecnologia para diminuir emprego.  O empresariado espera uma substancial diminuição do custo dos bens de capital e abundante oferta de emprego, com remuneração reduzida.

Os mentores do golpe político, com o impedimento da presidente Dilma, vão

buscar a desoneração tributária e redução de encargos sociais. As conquistas trabalhistas e outros benefícios sociais no Brasil, desde o governo Vargas até a Constituição de 1988, serão alvos dos ataques do novo liberalismo. O discurso malhado na mídia e no parlamento será no sentido de “enxugar a máquina pública”. Isso significa não prover com novos cargos os setores da saúde pública e da educação; dispensa em massa de funcionários em cargos comissionados, contribuindo com o aumento da taxa de desemprego. Com aumento do desemprego e redução de salários, não pode haver
perspectiva de crescimento econômico. O impeachment é esperado como uma bóia salva-vida, na qual se apega o sistema econômico do Brasil e dos investidores

Em janeiro de 2016 Winnie Byanyma, diretor geral da Oxfam Internacional

compareceu ao Furum Econômico Mundial de Davos para demonstrar os efeitos da 4ª Revolução Industrial desencadeada pelo avanço tecnológico. O pleno emprego de força humana é o melhor meio de dinamizar a circulação monetária e, em conseqüência, a circulação das mercadorias.  Conforme dados divulgados pela Oxfam, a riqueza de 1% da população mundial supera a do restante 99% no balanço de 2015. Diz uma nota da Agência Brasil que o fosso entre a parcela mais rica e o resto da população aumentou de forma dramática durante o ano de 2015. Apenas 62 pessoas no mundo possuem mais bens que a metade de toda a população do mundo.

A resistência ou revolta contra a absurda acumulação de riquezas e prejuízo da massa trabalhadora será violenta.  Ela é visível no aumento da violência interpessoal, nos conflitos de grupos, nos atos terroristas, guerras e multidões de refugiados perambulando pelo mundo. Basta ver sob as marquises e viadutos das cidades o aumento da população de sem tetos. Só na cidade de New York são mais de 80 mil moradores de rua.

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