domingo, 1 de abril de 2018

Wilhelm Reich e o fascismo no presente

por Michel Goulart da Silva*
Nos últimos anos, observa-se o crescimento de posições políticas de direita, que alguns setores da esquerda vêm definindo como “onda conservadora”, que se expressa em pelo menos três aspectos. O primeiro e mais evidente é o crescimento da popularidade de lideranças políticas reacionárias, como Jair Bolsonaro. O segundo, mais difuso, passa pela proliferação de ideias conservadoras, que se manifestam, entre outras formas, nas posições de ódio contra as esquerdas e no crescimento de um moralismo religioso que defende a família tradicional patriarcal. O terceiro aspecto tem a ver com o fato de a onda conservadora também se manifestar no crescimento de organizações militantes, em grupos como MBL, Vem para a Rua e até mesmo na retomada de ideias de extrema direita, como o integralismo e o neonazismo.[1] Sem risco de exagero, pode-se afirmar que “na política, na economia, nas expressões artísticas, na educação, nas ciências, na saúde, nos esportes, nas relações afetivas e domésticas, enfim, no ramerrão da vida cotidiana, predominam, no país, práticas e visões de mundo profundamente conservadoras”.[2] Esse cenário encontra na Alemanha pré-nazista, a despeito da distância cronológica, algumas importantes semelhanças que podem auxiliar na compreensão do fenômeno conservador vivenciado contemporaneamente no Brasil.
No âmbito da esquerda, com raras exceções, o debate é polarizado por duas posições bastante problemáticas, que podem ser acompanhadas nas publicações impressas e virtuais das diferentes organizações. Por um lado, um segmento da esquerda, normalmente associado aos setores que foram derrubados pelo golpe jurídico-parlamentar que depôs Dilma, defende que os ataques a eles próprios seriam a prova de um recrudescimento no regime político. Para esses segmentos, depois da derrubada de Dilma, teria havido uma mudança qualitativa no regime político, chegando alguns ao ponto de defenderem que o golpe não teria apenas derrubado um governo, mas também inaugurado uma nova ditadura.[3] No extremo oposto, importantes segmentos da esquerda afirmam que não apenas não haveria onda conservadora, como há uma ofensiva nas lutas dos trabalhadores, cujo desenvolvimento apenas não é alcançado justamente pelo desinteresse de mobilização das direções majoritárias. Para parte desses setores, as mobilizações que derrubaram Dilma teriam um caráter progressista, chegando-se a afirmar que essas ações são o sintoma de uma situação pré-revolucionária.[4] Apenas um setor bastante minoritário da esquerda tem conseguido se equilibrar entre essas duas posições extremas.[5]
Esse tipo de análise mecânica e simplória, expressa nos dois opostos, encontra paralelos no marxismo criticado por Wilhelm Reich, em sua obra Psicologia de massas do fascismo (1933), na qual busca analisar os elementos subjetivos que levaram uma parcela massiva da população alemã a apoiar o nazismo. Com uma avaliação equivocada acerca da situação política concreta, o Partido Comunista Alemão (PCA), ao não reconhecer o perigo do crescimento do nazismo, acabou por ter uma parcela de responsabilidade pela vitória da extrema direita. Segundo Trotsky, diante da vitória nazista, “os comunistas e os socialdemocratas poderiam ter organizado a unidade defensiva”, mas “a cegueira dos dirigentes o impediu”.[6] Para Reich, o marxismo mecanicista predominante no período limitou sua análise à esfera dos processos objetivos da economia e das políticas governamentais, sem compreender nem estudar o desenvolvimento e as contradições do chamado “fator subjetivo” da história.[7] Essa formulação teórica predominante, chamada por Reich de “marxismo comum”, separa a existência econômica da existência social e afirma que a ideologia e a consciência são “determinadas exclusiva e diretamente por sua existência econômica”.[8]
Segundo Reich, para compreender o processo de produção da consciência, seria preciso levar em conta que as condições materiais não produzem mecanicamente a estrutura psicológica das massas, ou seja, “a ideologia de cada agrupamento social tem a função não só de refletir o processo econômico dessa sociedade, mas também – e principalmente – de inserir esse processo econômico nas estruturas psíquicas dos seres humanos dessa sociedade”.[9] Os seres humanos estão sujeitos às condições de sua existência tanto de um modo direto, pelos efeitos imediatos da sua situação socioeconômica, como de um modo indireto, pela estrutura ideológica da sociedade.
O conjunto das análises da maioria da esquerda brasileira atribui às massas, mecanicamente, ou um caráter reacionário, por conta da manipulação da mídia, ou um caráter revolucionário, por conta de sua situação material. Diante dessa simplificação da realidade, Reich, analisando a Alemanha pré-nazista, lembra que “o trabalhador não é nem nitidamente reacionário nem nitidamente revolucionário, mas está enredado nas contradições entre tendências reacionárias e tendências revolucionárias”.[10] Essa afirmação de Reich é fundamental para não se atribuir aos trabalhadores, no atual contexto do Brasil, uma tendência quase que natural à revolução. Reich lembra, em outro texto, que, por mais contraditório que isso possa ser, o fascismo “tomou o poder precisamente com a ajuda dos sentimentos anticapitalistas dos seus partidários”.[11]
Reich também aponta que a base social da extrema direita está centrada nos setores médios da sociedade.[12] O nazismo teria se apoiado em largas camadas das classes médias, ou seja, em “milhões de funcionários públicos e privados, comerciantes de classe média e de agricultores de classe média e baixa”.[13] Essa classe média baixa, que antes havia apoiado a democracia burguesa, sofreu uma transformação interna, responsável por sua mudança de posição política. Reich afirma que “a classe média baixa fascista é igual à classe média baixa liberal-democrática; apenas se distinguem porque vivem em diferentes fases históricas do capitalismo”.[14] Para Reich, a posição social da classe média é determinada pela sua posição no processo de produção capitalista, pela sua posição no aparelho de Estado autoritário e pela sua situação familiar especial.[15]
Para que esses elementos possam auxiliar na compreensão do atual contexto vivenciado no Brasil, o primeiro passo é identificar a atual classe média que vem se mobilizando na defesa de posições reacionárias. Levando em conta as manifestações que exigiram a saída de Dilma, identifica-se que se tratam centralmente de profissionais liberais, servidores públicos de escalões elevados e pequenos empresários, que tem como programa a luta contra uma genérica corrupção, as políticas assistenciais levadas a cabo pelos governos do PT e o que consideram elevados impostos.[16] Embora tenha ocorrido o envolvimento de alguns grandes empresários, o número mais significativo de participantes das manifestações encontra-se nos segmentos médios. Ademais, em uma análise mais atenta do eleitorado de Jair Bolsonaro ou de alternativas de extrema direita, pode-se encontrar o apoio dos mesmos segmentos de classe média.[17]
Outro aspecto relevante da análise de Reich que pode contribuir para uma leitura da atual situação do Brasil foi a sua crítica às interpretações do PCA. Segundo Reich, escrevendo no começo da década de 1930, o “marxismo comum”, representado pelo PCA, afirmava que a crise econômica então vivenciada “conduziria necessariamente a uma orientação ideológica esquerdista das massas por ela atingidas”.[18] Contudo, a esperada virada à esquerda na ideologia das massas acabou conduzindo a uma virada para a direita inclusive em setores das camadas proletárias da população, resultando em “uma clivagem entre a base econômica, que pendeu para a esquerda, e a ideologia das largas camadas da sociedade, que pendeu para a direita”.[19] O fato de setores de massas penderem para a direita não se opera a partir de uma força sobrenatural inexplicável, mas de um amálgama de sentimentos, preocupações e perspectivas em meio à situação concreta de crise. Embora nesse processo possa-se observar a ligação das massas com a figura de Hitler, esse fato sozinho não explica o processo como um todo. Segundo Reich, o representante de uma ideia só pode ter êxito “quando a sua visão individual, a sua ideologia ou o seu programa encontram eco na estrutura média de uma ampla camada de indivíduos”.[20] Nesse sentido, segundo Reich, referindo-se ao êxito do nazismo, “foi a estrutura humana autoritária, que teme a liberdade, que possibilitou o êxito de sua propaganda. Por isso, a importância de Hitler, do ponto de vista sociológico, resulta, não da sua personalidade, mas da importância que lhe conferem as massas”.[21]
Essa análise apresenta pelo menos dois elementos fundamentais para pensar a atual situação brasileira. Primeiro, a necessidade de realizar análises de forma cuidadosa acerca da realidade concreta, ou, mais precisamente, segundo Trotsky, acerca “das relações das três classes da sociedade atual: da grande burguesia, que é dirigida pelo capital financeiro; da pequena burguesia, que oscila entre os dois campos fundamentais e, enfim, do proletariado”.[22] Em uma análise das classes na atualidade do Brasil, pode-se identificar uma ofensiva da burguesia contra direitos sociais, capitaneada pela subida de Temer ao poder depois do golpe jurídico-parlamentar, o apassivamento dos trabalhadores diante desses ataques, tanto pelas derrotas sofridas nos últimos anos como pelas sistemáticas traição de suas direções, e a expectativa eleitoral de parcela da classe média e da pequena burguesia, que veem fortalecida sua agenda reacionária centrada em um limitado combate contra a corrupção.
No atual contexto, para muitos setores da esquerda, o principal sintoma da possibilidade de avanço das lutas é o descrédito das instituições burguesas, em especial depois de junho de 2013. Essa crise teria sua manifestação mais evidente no descrédito das eleições, que se materializa principalmente no número de abstenções, votos nulos e brancos nas duas últimas eleições.[23] Contudo, na própria Alemanha pré-nazista as eleições viram um gigantesco número de abstenções, num quadro que foi superado somente quando o Partido Nazista voltou a participar dos pleitos e conquistou um rápido crescimento no número de votos.[24] Nesse processo, segundo Trotsky, “a pequena burguesia se inclina não para a revolução proletária, mas para a reação imperialista mais extremada, arrastando consigo importantes camadas do proletariado”.[25] Ademais, outro dado importante para a análise daquele contexto é que, diferente do Brasil, que conta apenas com um partido reformista de massas na esquerda, a Alemanha contava, além do SPD, com o PCA, que, além de uma grande inserção social, também tinha boas votações nas eleições.[26]
Por outro lado, no atual contexto do Brasil, é comum analisar a questão eleitoral apenas como um crescimento isolado de Jair Bolsonaro, o que faz a esquerda priorizar o desmascaramento do deputado federal. Bolsonaro tem uma “retórica nacionalista exasperada, seus discursos exaltados em defesa da repressão, suas posições anticomunistas primitivas são expressão do fascismo contemporâneo em um país dependente”.[27] A ação da esquerda de priorizar as denúncias contra Bolsonaro, que de fato precisa ser feita, é bastante limitada, afinal, como na Alemanha pré-nazista, a figura desse líder salvacionista não está isolada da dinâmica das classes sociais. Bolsonaro é a figura que parte considerável dos setores que se mobilizaram contra Dilma escolheram para representar o projeto que eles defendiam nas ruas. O centro da questão não é a figura de Bolsonaro, que, diante de alguma crise, poderia vir até mesmo a ser abandonada, sendo substituída por outra no médio prazo. O centro da questão é compreender que a revolta de alguns setores sociais, materializada nas manifestações que associavam a corrupção a um governo de esquerda, agora dirigem suas forças para a construção de um projeto político diferente do que esteve colocado nas últimas décadas pela Nova República. Esse projeto poderia vir a se materializar em um governo Bolsonaro ou poderia ganhar outra face, ainda mais reacionária, não sendo possível, nas avaliações da conjuntura, reduzir o embate político a uma mera polarização eleitoral.
O terceiro elemento que aproxima os contextos do Brasil contemporâneo e da Alemanha pré-nazista tem a ver com a ligação do conservadorismo da população com o discurso religioso e a defesa da família patriarcal. Segundo Reich, “o objetivo da moralidade é a criação do indivíduo submisso que se adapta à ordem autoritária, apesar do sofrimento e da humilhação”, sendo a família “o Estado autoritário em miniatura, ao qual a criança deve aprender a se adaptar, como uma preparação para o ajustamento geral que será exigido dela mais tarde”.[28] Reich afirma que o combate à sexualidade das crianças e dos adolescentes na sociedade autoritária “processam-se no quadro da família autoritária, que se tem revelado a melhor instituição para levar a cabo esse combate com êxito”.[29] O medo da “liberdade sexual”, que nas concepções reacionárias “se confunde com o caos sexual e a dissipação”, inibe o “desejo de libertação do jugo da exploração econômica”.[30] Nessa relação de fatores tanto econômicos como estruturais, “a família autoritária apresenta-se como a principal e a mais essencial fonte reprodutora de todo o pensamento reacionário; é a fábrica onde a ideologia e a estrutura reacionária são produzidas”.[31]
Em grande medida, a atual retórica conservadora se baseia em uma exacerbada defesa de um modelo patriarcal de família. Uma das principais ferramentas programáticas disso é o programa Escola Sem Partido, cujo objetivo é impedir a liberdade de expressão dos professores nas escolas.[32] Além disso, há uma campanha aberta contra o debate sobre identidade de gênero e sexualidade, que se manifestou principalmente na aprovação dos planos municipais de educação, onde movimentos políticos ligados a diferentes religiões se mobilizaram pela exclusão desse tema.[33]Em diferentes espaços, de forma aberta ou sutil, se coloca uma condenação a sexualidades não normativas ou a políticas que visam permitir às mulheres maiores liberdades sobre seus corpos. Ademais, no final do ano passado, houve um debate extremamente puritano confundindo nudez com sexo nas obras artísticas e afirmando que a mera exibição do corpo poderia afetar a educação dos mais jovens.[34]
Esses elementos possibilitam refletir acerca de outros aspectos, também na comparação entre as duas conjunturas. Uma delas seria a tendência de enxergar na extrema direita um movimento homogêneo conservador. Reich afirma que o fascismo “não é, como geralmente se crê, um movimento exclusivamente reacionário, mas sim um amálgama de sentimentos de revolta e ideais sociais reacionários”.[35] Na base dos movimentos de extrema direita encontra-se sentimento de mudança diante da crise social, o que não necessariamente leva a uma mudança progressista. A situação econômica não se traduz automaticamente em consciência política pelo fato “de que as contradições da estrutura econômica da sociedade estão enraizadas na estrutura psicológica das massas oprimidas”.[36] Nesse sentido, para analisar a atual situação, é preciso compreender que “a construção de hegemonia das ideias conservadoras na sociedade brasileira é um processo que abarca várias dimensões e áreas da vida social”.[37]
O fato de se apontar semelhanças entre os dois contextos não significa defender que os mesmos acontecimentos se repetirão. O chamado à atenção se deve centralmente à necessidade de aprender com os erros cometidos pela esquerda alemã diante do nazismo, que foi principalmente o de menosprezar a força do inimigo e de superestimar suas próprias possibilidades. Contudo, passadas décadas desde a derrota do nazismo na Alemanha, os erros parecem ainda se repetir. Analisando as recentes manifestações da extrema direita europeia, Löwy aponta que, “para algumas correntes da esquerda que veem a extrema-direita como nada mais do que um efeito colateral da crise e do desemprego, são essas as causas que devem ser atacadas, e não o fenômeno fascista propriamente dito. Tal raciocínio tipicamente economicista desarmou a esquerda diante da ofensiva ideológica racista, xenofóbica e nacionalista da extrema-direita”.[38]
Os dois contextos aqui discutidos, da Alemanha pré-nazista e do Brasil contemporâneo, apresentam como diferença significativa o fato de atualmente não haver um corpo doutrinário minimamente homogêneo, como tinham os nazistas, não permitindo à extrema direita brasileira construir um projeto político que unifique todos os segmentos conservadores.[39] Contudo, entre outros fatores, a ofensiva por parte do Estado, expressa no recrudescimento das ações jurídicas e na intervenção militar no Rio de Janeiro, mostra que há disposição para uma dura repressão, em especial contra a vanguarda organizada dos trabalhadores. Refletindo acerca desses exemplos históricos, se a esquerda não tiver disposição de compreender a fundo o inimigo, analisando de forma consistente o perigo, pode-se estar caminhando para novas derrotas.
* MICHEL GOULART DA SILVA é Doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC). O presente texto contou com a leitura e as sugestões de Mariana Silveira dos Santos Rosa, Mateus Gamba Torres e Vitor Rollin Prudêncio, aos quais agradeço, ainda que as ideias emitidas sejam de minha inteira responsabilidade.
[1] Para uma análise do crescimento das manifestações conservadoras no Brasil, Cf. FREIRE, André. Uma nota sobre a extrema-direita no Brasil. Esquerda On Line, 22 out. 2017.
[2] DEMIER, Felipe Abranches. O barulho dos inocentes: a revolta dos “homens de bem”. In: Felipe Demier; Rejane Hoeveler. (Org.). A Onda Conservadora: ensaios sobre os atuais tempos sombrios no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 2016, p. 23.
[3] Com algumas variações, essa é a formulação defendida pelos setores que compunham o governo Dilma, como o PT e o PC do B, e por parte do PSOL.
[4] Com algumas variações, essa é a formulação defendida pelo PSTU e por setores do PSOL.
[5] Esse setor inclui, além do PCB, uma parcela das organizações que compõem o PSOL.
[6] TROTSKY, Leon. Escritos (1932-33). Bogotá: Pluma, 1976, tomo IV, vol. 1, p. 201.
[7] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 6.
[8] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 13-4.
[9] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 17.
[10] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 22.
[11] REICH, Wilhelm. O que é consciência de classe? São Paulo: Martins Fontes, 1976, p. 14.
[12] Essa análise da composição social do fascismo também é apresentada em outras análises, como em Trotsky, quando afirma: “Os principais efetivos do fascismo continuam a ser constituídos pela pequena burguesia e pela nova classe média que se formou: pequenos artesãos e empregados do comércio nas cidades, funcionários, empregados técnicos, intelectuais, camponeses arruinados” (TROTSKY, Leon. Revolução e contrarrevolução na Alemanha. São Paulo: Sundermann, 2011, p. 45).
[13] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 37.
[14] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 37.
[15] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 40.
[16] ANTUNES, Ricardo. Fenomenologia da crise brasileira. Lutas Sociais, São Paulo, vol.19 n.35, p.09-26, jul./dez. 2015, p. 22.
[17] Em pesquisas de sondagem eleitoral realizadas, cerca de 47% daqueles que declaram voto em Jair Bolsonaro possuem renda de três ou quatro salários mínimos (Data Folha, abril de 2017).
[18] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 7.
[19] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 7.
[20] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 32.
[21] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 32.
[22] TROTSKY, Leon. Revolução e contrarrevolução na Alemanha. São Paulo: Sundermann, 2011, p. 52.
[23] Para uma análise dessa crise das instituições, Cf. ORTELLADO, Pablo; SOLANO, Esther. Nova direita nas ruas? Uma análise do descompasso entre manifestantes e os convocantes dos protestos antigoverno de 2015. Perseu, v. 11, 2016, p. 171.
[24] No primeiro turno das eleições presidenciais de 1925, sem a participação do Partido Nazista, a abstenção chegou a 31,5%, diminuindo para 13,80% e 16,50%, respectivamente, no primeiro e no segundo turno, em 1932, quando os nazistas obtiveram 30,1% e 36,8%. Nas eleições legislativas de 1928 a abstenção chegou a 24,4% e, em 1930, a 18,05%. Nesses dois processos eleitorais, os nazistas obtiveram, respectivamente, 2,63% e 18,25%.
[25] TROTSKY, Leon. Revolução e contrarrevolução na Alemanha. São Paulo: Sundermann, 2011, p. 53. No mesmo sentido, Reich destaca que, nas eleições de 1930, dos votos recebidos pelos nazistas, “cerca de três milhões eram de trabalhadores, dos quais 60% a 70% eram empregados e 30% a 40%, operários (REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 13).
[26] No Brasil, atualmente o PT é o único partido com massiva com base operária. Outros partidos de esquerda, como PC do B e PSOL, não possuem a mesma influência política. Além disso, partidos como o PSB e o PDT, embora eventualmente se utilizem de discursos progressistas, estão muito mais vinculados a setores da burguesia do que ao movimento organizado dos trabalhadores.
[27] FREIRE, André. Uma nota sobre a extrema-direita no Brasil. Esquerda On Line, 22 out. 2017.
[28] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 28.
[29] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 51.
[30] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 55.
[31] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 55.
[32] Para uma discussão acerca do movimento Escola Sem Partido, Cf. PENNA, Fernando. “Escola Sem Partido” como ameaça à Educação Democrática: fabricando o ódio aos professores e destruindo o potencial educacional da escola. In: MACHADO, André Roberto & TOLEDO, Maria Rita (Org.). Golpes na História e na Escola. São Paulo: Cortez: ANPUH SP, 2017.
[33] Para uma discussão acerca dos embates em torno da discussão de gênero, Cf. PRADA, Nancy. Do arco-íris à monocromia: o Movimento Escola Sem Partido e as reações ao debate sobre gênero nas escolas. In: MACHADO, André Roberto & TOLEDO, Maria Rita (Org.). Golpes na História e na Escola. São Paulo: Cortez: ANPUH SP, 2017.
[34] Para uma discussão acerca dos ataques à liberdade artística, Cf. MATTOS, Cláudia. Livre expressão e democracia. Cult, São Paulo, Nº 230, dez. 2017.
[35] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. XVIII.
[36] REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 22.
[37] DEMIER, Felipe Abranches. O barulho dos inocentes: a revolta dos “homens de bem”. In: Felipe Demier; Rejane Hoeveler. (Org.). A Onda Conservadora: ensaios sobre os atuais tempos sombrios no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 2016, p. 22.
[38] LÖWY, Michael. Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil. Serviço Social & Sociedade, Nº 124, out./dez. 2015, p. 658.
[39] Esse não parece ser argumento suficiente para menosprezar o crescimento do fascismo. Como ressalta Löwy, “hoje não vemos partidos fascistas de massa comparáveis ao NSDAP na Alemanha dos anos 1930, mas já naquele período o fascismo não se limitava apenas a esse modelo: o franquismo espanhol e o salazarismo português eram muito diferentes dos modelos italiano e alemão. Até mesmo partidos que tentaram imitar o exemplo alemão, como o Partido Popular Francês (PPF) fundado por Jacques Doriot em 1936 — uma organização claramente fascista que viria a se tornar uma das principais forças colaboracionistas durante o regime de Vichy —, dificilmente podem ser comparados ao NSDAP alemão. Seria, portanto, um erro alegar que não existem partidos fascistas atualmente na Europa, por não termos nada equivalente aos nacional-socialistas dos anos 1930 (LÖWY, Michael. Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil. Serviço Social & Sociedade, Nº 124, out./dez. 2015, p. 654).

(fonte: https://espacoacademico.wordpress.com/2018/03/31/wilhelm-reich-e-o-fascismo-no-presente/)

Nenhum comentário:

Postar um comentário